Meu velho rancho gaúcho, hoje, és tapera isolada
Sem um carinho, sem nada, a tristeza te invadiu
Ao olhar-te deste jeito, eu cheguei à conclusão
Que tu e o meu coração são dois ranchinho vazio
E tu, pé de paraíso que sempre fostes podado
Hoje, te acha abandonado com as folhas toda amarela
A culpada foi aquela de uma falsidade alta
Que há de sentir a falta de tudo o que eu fiz por ela
E tu, teu terreiro amigo que sempre fostes varrido
Hoje, te acha invadido de espinhos e macegais
Vou fazer-te uma limpeza para ver se te realça
Mas aquela mulher falsa não entra aqui nunca mais
Olha ali só que tristeza, como está minha mangueira
Nem as varas da porteira, que eram novas não existem
E, tu palanque de angico, como estás forte, bem lindo
O que eu tô resistindo, só tu palanque resiste
Palanque, tu foi plantado para aguentar o tirão
O meu pobre coração já nasceu com a mesma sina
De tanto levar tirões, tu vive todo cortado
E eu também remarcado dos golpes daquela china
Mas eu vou mudar de vida, vou varrer bem meu terreiro
Pôr um porco no chiqueiro e cuidar da vaca tambeira
Vou renovar a mangueira, vou cuidar da plantação
Para esquecer o tirão daquela china caborteira
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