Os olhos cansados do velho tropeiro
O rosto enrugado que a vida lhe fez
As mãos calejadas relembra o aramado
Das tropas de gado, só sobrou uma rês.
Arreios sovados, guardados com zelo
Relembra dos pêlos que tanto montou
Pra o velho tropeiro só resta lembrança
Dos berros de boi que o destino levou
A idade avançada já quase no fim
Relembra em mim seus tempos de piá
Quando ouvia o berrante que seu pai tocava
Pra abrir a porteira pra boiada passar
Mateando solito ao redor do braseiro
O velho tropeiro reconhece seu fim
De repente seu neto lhe faz um pedido
Me deixe o berrante de herança pra mim
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