Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito que a nave sai. É de dentro da gente que a nau inaudita, Habita, repousa, amor e hidrogênio. Silêncio, saudade, soluço, selênio. A nau permanece mesmo quando vai. Secreta se curva, dá a gota, se agita, Se eleva no ar, resplandece e cai. A nave que é mãe Que é filho e é pai É tudo e é nada O povo e ninguém Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito que a nave sai. Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito, que a nave sai. Respirar, navegar é coisíssima igual, O ar que ri é o fogo da nau. No vale profundo que geme em nós, Reside o casulo do cavalo alado. Na rainha-mãe ou no pobre coitado, Ali se espelha a centelha do gás. Se é moça ou rapaz, ancião ou criança, A chama não cansa de dançar a dança. A nave que é mãe (A nave que é mãe) Que é filho e é pai (Que é filho e é pai) É. tudo e é nada (É tudo e é nada) O povo e ninguém Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito que a nave sai. Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito, que a nave sai. Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito que a nave sai. Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito, que a nave sai. "Não é de fora que a nave vem, É de dentro do peito, que a nave sai...." É de dentro do peito, que a nave sai