Entro na condução e vou pra cidade Tão logo o dia esteja eu estou também Vou pra repartição Repartir a vida Na lida batida Na contra-mão de tudo... A hora do almoço é do sanduíche Em pé, eu sou aquele lá no balcão Dentro da lanchonete eu penso na vida e mastigo um sonho Com gergelim Viajo... Eu crio asas e sobrevôo esta cidade E de repente o que era asfalto vira chão Eu vejo rios e montanhas Passaradas E vejo luz e vejo céu e bebo ar Eu sei que sou demasiadamente urbano Mas qualquer dia isso tudo vai mudar A tarde é fria Hoje em São Paulo chove Roncam motores Sirenes e trovões Às vezes é tão triste a chuva caindo e uma lágrima alaga o meu olhar Vou indo... Entro na condução no final do dia O mesmo rumo A mesma situação Vou pela Marginal e é chegar em casa e o Jornal Nacional me dar boa noite E eu durmo...