Sempre que posso eu fujo do inverno Enterro a minha ânsia de poder viver ao Sol Quando me encontro, perdido ao desencontro Descubro que parado eu sinto o cheiro do formol Eu aprendi a ignorar as minhas dúvidas O que não entendo eu decidi deixar pra trás Não é por menos que os meus cabelos brancos Tenham mais histórias pra contar Do que eu posso me lembrar se um dia eu vivi aqui E o que eu tento esquecer já não faz parte de mim Sempre que posso eu fujo do inverno A friaca me apunhala como um corte de navalha E a necessária mochila que carrego Se apresenta bem mais leve sem tanta parafernália São as camisetas de bandas que eu gosto Uma bermuda e um chinelo e o violão nas minhas costas Todo suor que escorre do meu corpo Acredito que são lágrimas Do que eu posso me lembrar, se algum dia eu vivi aqui E o que eu tento esquecer, já não faz parte de mim!