A vida toda atrás do vidro fumê De capacete e de luvas escuras As duas rodas fazem todos tremer Pelo perigo marginal da aventura Não tem ninguém que possa me vencer E se eu morrer ninguém vai lamentar Eu to na moto e sinto o sangue ferver Eu to na moto e tenho que acelerar Não tem curva ou reta que eu não possa dobrar Não tem moto ou carro que eu não possa ralar Família e segurança, joguei tudo pro alto E todos tremem onde quer que eu passe: Selvagem do asfalto Eu moro onde nada pode viver Nesta corrida contra o gesto parado O desafio de brincar com o destino E rir da sorte a cada sinal fechado Não tente rastrear o louco zunido Ensandecido pelo corpo marcado Não tem sentido contar as cicatrizes Estou partindo, a morte corre ao meu lado Não tem sol nem chuva, só fumaça no ar O couro rude e negro é o que me faz levitar Grana e garotas, joguei tudo pro alto E todos tremem aonde quer que eu passe... Selvagem do asfalto Estou correndo com as sombras da noite O meu instinto é que me faz desviar Num vôo cego, de faróis apagados Não tenho amigos nem lugar pra parar A cada curva eu sei que sinto mais frio A vida escorre entre os dedos e acaba Estou no meio desse ferro contorcido Em qualquer canto abandonado da estrada O corpo morto espera pelo fim sem sentir E nem sequer vontade de tentar resistir grana e garotas, eu joguei tudo pro alto Mas nunca vou deixar de ser Selvagem... Selvagem do asfalto... Selvagem do asfalto