Por cima da pedra do urubu
Por cima da pedra do urubu
Eu vejo o espaço que não me detém
Diante os prédios que não me convém
Eu vejo a cidade erguida do barro
Vivendo da arte dos homens de bem

As feiras revelam debulhadores de corda
Que cantam miséria cultura e amor
Contida no orgulho de um povo sofredor.
Eu Vejo o mundo com olhos de Pedro
Erguendo o medo da destruição
Engolindo o pão que colocam em minha boca
Pra calar a verdade e engolir a ambição

Urubu que seca somaliano
É o mesmo que vai comer tua carniça
Proliferando a fome e a catinga

Sou a vital para mim e para todos
Pois em você está o modificador
Da vida que castiga a carcaça
E do espaço que não lhe restou.

Mais não vejo nada em minha mente
Só a escuridão que passa em minha fase rente
E ergo a cabeça pra entender o que é que há
Com aqueles que olham o urubu a augorá.