Já corri trecho de mundo Defendendo meu enredo Com a sanfona no peito Não sou homem de ter medo Na peleja do calango Convido Téo Azevedo Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Seu Luiz, eu estou pronto Pra travar a cantoria Mergulhar no meu sertão No mundo da poesia Ponteando a minha viola Ao nascer de um novo dia Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou matuto nordestino De guarda-peito e gibão Precata e chapéu de couro De lidar com o barbatão A tristeza que aparece Eu faço dela uma canção Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Meu esteio é um aboio Quando brota o amanhã No canto da Araponga Respondendo o Jaçanã Gorjeando o Rouxinol No lamenta Acauã Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou sertão, sou pé-de-serra Cantador e sanfoneiro Eu sou o cheiro da terra Sou o rio e tabuleiro Sou a fé no Padre "Ciço" O Santo do Juazeiro Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Eu sou filho de Teófilo Que no verso era arisco Catrumano, violeiro Ligeiro que nem Corisco Da banda norte mineira O estado São Francisco Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou filho de Januário Tocador de oito baixo Sertanejo até a tampa Eita velho que era macho! O poeta da sanfona Que nunca caiu do cacho Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou da terra do pequi Da cachaça e do tutu Do quiabo com galinha Ora-pro-nóbis e angu Do panã e surubim E da farofa de tatu Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou da terra do jabá Do guisado e da buchada Carne de sol de dois pelos Requeijão e umbuzada Jerimum, sarapatel Macaxeira e coalhada Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Meu sertão tem cantilena Do repente e violeiro Calango, Lulu Guaiano Marujada e Seresteiro Caboclinho e Catopê Isso é Coco Violeiro Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Sou da terra da embolada Xote, Baião e Xaxado Do Frevo e Maracatu Da Novena e do Reisado Coco Forró e Rojão E do repente improvisado Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Vamos parar o calango Encerrar nossa porfia Viva treze de dezembro Dia de Santa Luzia O senhor fez setenta anos Com a sanfona e simpatia Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Obrigado, Téo Azevedo Um poeta sei que sois Completei setenta anos No ano de oitenta e dois Dia treze de dezembro Que não pôde ser depois Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai Calango vem, calango vai Calango fica, calango sai