Quem pode curar-me?! Acaba de entregar-te já deveras; Não queiras enviar-me mais mensageiro algum, pois não sabem dizer-me o que desejo. Mas como perseveras Ó vida, não vivendo onde já vives? Se fazem com que morras As flechas que recebes Daquilo que do Amado em ti concebes? Porque, pois, hás chagado Este meu coração, o não saraste? E, já que mo hás roubado, Por que assim o deixaste E não tomas o que roubaste? Extingue meus anseios, Porque ninguém os pode desfazer; E vejam-Te meus olhos, pois deles és a luz, E para Ti somente os quero ter. Ó cristalina fonte, Se nesses Teus semblantes prateados Formasses de repente Os olhos desejados Que trago nas entranhas esboçados! Aparta-os meu Amado, que eu alço vôo.