Mostraram-me um dia, na roça, dançando Mestiça, formosa, de olhar azougado Um lenço de cores nos seios cruzado Nos lobos da orelha, pingentes de prata Que viva a mulata, por ela o feitor Diziam que andava perdido de amor Diziam que andava perdido de amor Um pobre mascate, que em noites de Lua Cantava modinhas, lundus magoados Amando a faceira dos olhos rasgados Ousou confessar-lhe, com voz timorata Amaste, oh! Mulata E o pobre feitor chorava nas sombras perdido de amor Chorava nas sombras perdido de amor Um dia encontraram na escura senzala O catre da bela mucama vazia Embalde recordam pirogas no rio Embalde a procura nas sombras da mata Fugira a mulata E o pobre feitor se foi definhando, perdido de amor Se foi definhando, perdido de amor