Meu rosto pálido contempla a morte
Olhos fechados, aceitação
A morte será minha maior glória
Ó plenitude sem fim, concede-me a tão desejada harmonia!

Destino inexorável, morte invencível
Pôr do Sol da vida, amanhecer dos mortos
Grande recompensa no abismo
Um conforto para minha humilhante desgraça

Arrancar minhas memórias
E me tornar pobre e frio
Fechado, angustiado
Uma alma vazia

Revelar-te, ó desconhecido!
Divulgue, pelo menos, sob sua forma eterna
Imutável, abaixo e além dos tempos
Tu és aquele que nos crucifica
Porque o teu rosto perene está sempre escondido

Ultimato para a vida
E, por fim, repouso absoluto

A ilusão foi colhida, os nós foram quebrados
A vida exorta e a morte anestesia
Agora eu acordo da minha escuridão interior
Sem vestígios do passado, sem nostalgia da vida