Tenho saudade, dos tempos bons de outrora Quando eu vivia lá fora na fazenda do Branquinho Com a minha gaita, a minha faca prateada, A minha gaúcha amada, senhora mãe dos meus filhos (Há ha, coisa boa!) Com elas três sempre em minha companhia Vivo cheio de alegria, sou um gaúcho feliz E minha a faca, que eu carrego na cintura, Conhece a minhas bravuras pelas peleias que eu fiz (Peleando mesmo, mas peleando pela vida) Minha cordeona, sempre boa e afinada Não é gaita pianada, é sanfoninha singela Mas para mim, contém diversos valores Porque muitos trovadores já surrei tocando nela (E é verdade!) Minha gaúcha, um anjo que Deus me deu, Ela por mim já sofreu, mas ainda me admira Quando ela ouve, eu no rádio estar cantando Fica quietinha escutando, e de saudade suspira (Eu também cantando suspiro me lembrando de ti compadre Cardoso) Até a faca, que alguns anos atrás, Tinha trabalhos demais, está descansando agora Mas quando enxerga o churrasco e a farinha Corcoveia na bainha, querendo sair pra fora (Se acalma, faca véia!) E hoje velho, com os meus cabelos brancos No improviso eu sou franco, a rima nunca faltou Graças a Deus, canto com facilidade Porém me resta saudade do tempo bom que passou (É, vamo encerrar porque não adianta, não volta mais!)