Vou contar a minha vida, é triste, mas é verdade Porquê que eu fui obrigado a conviver na cidade Eu fui hospitalizado com o corpo todo entrevado E sendo sacrificado com a triste dor da saudade As quedas de gineteada trouxe amargura pra mim Fiquei com as perna entrevada por ter deslocado um rim Perdi todas as esperança, não prestei mais pra estância E vivo nessa distância tristonho e sofrendo assim Com as minhas lidas de campo, eu muito tenho sonhado Ainda esta noite sonhei que eu lidava com gado Que muitos bois eu lacei, naquela hora, eu gostei Porém, depois me acordei na mesma cama deitado A saudade me dói mais que minhas perna encolhida Se eu não ficar bem perfeito para fazer minhas lida Jesus, com os poderes seus, veja os sofrimentos meus Peço, pelo amor de Deus, que encurte a minha vida Porque eu prefiro morrer que ficar sem fazer nada Porém, eu deixo um pedido pra minha companheirada Perdoar os meus erros e fazer o meu enterro Ali na costa do cerro aonde dorme a boiada Outro pedido, ainda, deixo pra meus fiéis companheiros Escrevam na minha campa: Aqui descansa um campeiro Pode cantar, bater palma que a minha matéria acalma E hão de sentir minha alma sempre ajudando os tropeiros