Hahaha Profecia Aulas Olha isso, quem diria? Eu me orgulho Feito um pai olhando a cria Misturando futurismo e nostalgia Olha o rap onde chegou E eu moleque já falei que chegaria Nostradamus não previa, mas eu via Muito antes de ser moda, afirmar que o rap é foda Quando a gente abria a roda em qualquer periferia Ou no centro, ou numa praça Ou na quadra de uma escola Nossa escola, velha escola Nossa escolha, correria Break, beach, poesia A coisa certa eu já fazia Tipo Spike Lee diria Nada disso dava likes Eu já tava lá no mic Já sabia o que queria Liberdade pra buscar sabedoria Sem saber e sem querer saber se alguém me seguiria Mas sabendo que eu seguia um sonho que eu conseguiria Bem seguro que ninguém seguraria Nem esse moleque que ainda mora no meu peito Vou seguindo desse jeito que inspirou muito moleque A fazer rap como eu faço e até hoje, quando eu faço rap Meu braço arrepia! 30 anos não são 30 dias Nós traçamos nossa profecia Se o muro for alto, eu escalo e grafito Se ainda não existe, eu fabrico Se fecham a cortina, meu show não termina Se mandam sair, é que eu fico Se mandam falar, eu me calo e reflito Se tentam me calar, eu grito Se eles estão na moda, eu sou esquisito Se o mundo é de chumbo, eu levito Se todos duvidam, acredito E se todos concordam, eu duvido Se me pedem corda pra forca, dou força pra vida Se todos tem voz, tenho ouvido Crianças, se comportem, que essa aula é importante De ciências e da experiência de quem chegou antes De história, e lógica, e vai cair na prova Se não fosse a velha escola, nem existiria a nova É óbvio, mas se quiser que eu explique, eu desenho Com um grafite, parecido com o que eu vi no beach street Eu tinha só 10 anos e o ano era 84 Fiquei estupefacto quando vi o DJ nos pratos O fato é que eu pirei no movimento, até tentei dançar Mas não sabia nem fazer o moinho de vento Aos 11 eu já rimava, mas ainda passou um tempo Até eu mostrar pra muita gente que o rap não é passatempo Enquanto o tempo passa, a gente encontra contratempos Mas a graça dessa vida é viver cada momento E o tempo, quando passa, só traz arrependimento Pra quem duvidou dos sonhos e não tentou 100% Conquista é pra quem não desiste, então insista Como um skatista que tenta o seu primeiro flip Depois vibra feito Burnquist lá na mega rampa Ainda lembro da primeira vez que fui cantar em Sampa Da estação São Bento ao show no Japão Eu explicando o que era rap lá no Jô e no Faustão Eu inspirava muitos outros quando ainda era só um garoto Com uma ideia na cabeça e um microfone na mão Agora muitos estão voando no som Mas pioneiro é pioneiro, tipo Santos Dumont Se não inventasse o avião, geral ficava no chão Muita bagagem, milhagem não cabe nem no cartão Se o muro for alto, eu escalo e grafito Se ainda não existe, eu fabrico Se fecham a cortina, meu show não termina Se mandam sair, é que eu fico Se mandam falar, eu me calo e reflito Se tentam me calar eu grito Se eles estão na moda, eu sou esquisito Se o mundo é de chumbo, eu levito Se todos duvidam, acredito E se todos concordam, eu duvido Se me pedem corda pra forca, dou força pra vida Se todos tem voz, tenho ouvido Conquista é pra quem não desiste Conquista é pra quem não desiste 30 anos não são 30 dias Nós traçamos nossa profecia