Eu sou parte do mar, vento do norte
Intocável calmo como o luar
Vejo a imensidão nesta imensa escuridão
Lobo sem alcateia nada me pode tocar
Empresto-te a minha coragem se partilhas confiança
Não subestimes o que eu valho, serei só uma lembrança
Escolhi ver mais além por isso sofro à partida
Não dou boleia à hipocrisia nesta viagem da vida
Não digo, tudo o que penso, penso em tudo o que digo
As conversas mais profundas são as que tenho comigo
Não posso perder o que não tenho, por isso não vivo pra ter
Já incendiei o véu que me impedia de ver
Já ouvi palavras de quem nunca me amou
Já senti o toque estranho de quem já me enganou
Olhos não mentem mas escondem verdades cruéis
A tempestade é forte mas a verdade é um pisa-papéis

A tua fé move montanhas
A minha fé remove pessoas estranhas
A ignorância é gratuita o saber é que custa
Se não aprendes a viver contigo quem é que te atura?
Quanto mais sabes mais sofres, já disse já sabes
Se queres ser igual aos outros agarra-te ao pouco que sabes
Não mergulhes em mentiras com a verdade à tona
Nunca sigas as pegadas de quem te vê como sombra
Consigo cheirar o veneno ao distante
A frustração é a feromona do ignorante
O que fala mal dos outros quando está ao pé de mim
Provavelmente ao pé dos outros fala mal de mim
Escuridão bipolaridade a mais
Tento desviar-me das bengalas de invisuais
Remoer por dentro seria arder em silêncio
Não falo pouco, vocês é que falam demais