Com minhas juntas de boi Eu pego o rumo da estrada Reconheço que sou velho Estou no fim da jornada Soberbo vou resistindo O transporte da pesada Somente o implacável tempo Vai forçar minha parada Meu avô era carreiro O meu pai também já foi A herança deles carrego No velho carro de boi Eu vou cumprir esta sina De uma longa geração Embora os tempos mudaram Mas mantenho a tradição Meu carro já carcomido Simboliza um passado Os seus cocôes ragem triste Protestam muito magoados Do progresso que destrói Nossa estrada carreteira O asfalto vai apagando Todo o encanto da poeira Enquanto existir estrada Que o carro possa rodar Sou o último dos carreiros Bravo herói a candear Quando eu for pra eternidade Este carro vai parar A profissão de carreiro Não tenho pra quem deixar