Me alembro e tenho saudade Do tempo que vai ficando Do tempo de boiadeiro Que eu vivia viajando Eu nunca tinha tristeza Vivia sempre cantando Mês e mês cortando estrada No meu cavalo ruano Sempre lidando com gado Desde a idade de 15 anos Não me esqueço de um transporte 600 bois cuiabanos No meio tinha um boi preto Por nome de soberano Na hora da despedida O fazendeiro foi falando Cuidado com este boi Que nas guampas é leviano Este boi é criminoso Já me fez diversos danos Tocamos pelas estradas naquilo sempre pensando Na cidade de Barretos Na hora que eu fui chegando A boiada estourou ai Só via gente gritando Foi mesmo uma tirania na frente ia O soberano O comércio da cidade As portas foram fechando Na rua tinha um menino De certo estava brincando Quando ele viu que morria De susto foi desmaiando Coitadinho debruçou Na frente do soberano O soberano parou ai Em cima ficou bufando Rebatendo com os chifres Os boi que vinham passando Naquilo o pai da criança De longe, vinha gritando Se este boi matar meu filho Eu mato quem vai tocando Quando viu seu filho vivo E o boi por ele velando Caiu de joelhos por terra E para Deus foi implorando Salve meu anjo da guarda Desse momento tirano Quando passou a boiada E o boi foi se retirando Veio o pai dessa criança Me comprou o soberano Este boi salvou meu filho Ninguém mata O soberano